sábado, 8 de agosto de 2009

Biribiri - praça em reforma

29 de julho
Nesta praça, casas em reforma para preparo cenográfico. Recebendo pintura de óleo de nogueira diluído em água e solventes, pra dar aparência envelhecida às construções.

Biribiri


29 de julho
Casas de esquina, ao lado da igreja matriz. O que chamou a atenção para a cena foi o ângulo de sombra do telhado sobre a parede lateral.

Biribiri - detalhe na porta da Igreja Matriz

Biribiri - Igreja Matriz e panorâmica


29 de julho
Rua principal de Biribiri, que conduz à praça. Atrás de mim, um galpão industrial. Essa, retratada, é a Igreja Matriz (e, pelo que pude ver, a única).

Colegas


28 de julho, tarde
Carlos e Ana Eliza no Museu do Diamante, copiando imagens de santas.

Museu do Diamante


28 de julho, tarde
Museu do Diamante. À esquerda, um freio de cavalo feito de prata. No centro, colar com cruz, para ser usado em escravos fugitivos. Além de dificultar movimentação dentro da mata, também auxiliaria na dominação do escravo. À direita, cabo de um sabre com leão entalhado.

Igreja do Rosário - Detalhes


28 de julho, manhã
Detalhes da Igreja do Rosário. Janela no segundo piso, e detalhe da grade da mesma.

Salitre


27 de julho, tarde
Gruta do Salitre. Grande canyon, marcado em muitos lugares por trilhas de escalada. Tarde produtiva, apesar da dificuldade de abordar, de maneira efetiva, a variedade de tons que o paredão de pedra oferecia.

Bárbara


27 de julho, manhã
Bárbara, aluna da oficina, enquanto conversava com Giovanna. No braço, tatuagem japonesa, que não consegui retratar com detalhes.

Matriz


27 de julho, manhã
Novamente na Praça do Mercado, retratei movimento dos telhados e cúpula da Igreja Matriz ao fundo.

Pão de Santo Antônio


25 de julho, manhã
Associação do Pão de Santo Antônio, dedicada a abrigar idosos. Na praça da frente, crianças jogavam futebol, andavam de bicicleta e soltavam raia. Muitas vieram olhar o trabalho.

Ruínas do Hospício


24 de julho, tarde
À esquerda, detalhe de janela (vertical). No restante, vista panorâmica das ruínas do Hospício. Em primeiro plano, acesso vetado por tapume.

Casa da Glória


24 de julho, manhã
Casa da Glória. Antigo convento, conta com um passadiço, anteriormente usado para que as freiras pudessem atravessar a rua sem entrar em contato com o mundo exterior. Durante o festival, abrigou grande parte das estruturas de coordenação, além de também ter funcionado como alojamento.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

23 de Julho - Tarde




23 de julho

Tarde de 23. Giovanna decide que será melhor ficarmos na escola, e retratarmos a paisagem como um todo. Procura nos fazer abstrair formas e detalhes, e nos fazer perceber as manchas de cor na paisagem. Trabalhoso... Eu, enquanto desenhista, vejo linhas, e não manchas de cor. Mas vamos lá. Vista da sacada da escola.

Legenda Imagem 1
(vertical e inclinado)
Lavamos os excessos, o que melhorou consideravelmente
a qualidade da página. Me ocorreu escrever acompanhando
o formato curvo da mancha clara, usando também a
tipologia como elemento na composição. Idéia meio
temerária, já que não possibilita correção, mas vale
a experimentação.

(horizontal)
Tarde de 23, olhando movimento dos telhados vizinhos,
e preparando para uma abordagem mais ampla da paisagem.
Giovanna observa que as cores ainda estão carregadas.
Sugere menos tinta e mais água.


Legenda Imagem 2
(esquerda)
Segunda pintura da tarde. Trabalho com menos pigmento,
e mais focado nas manchas de cor do que nos traços e
linhas da paisagem. Me sinto um tanto mais satisfeito.
O pôr-do-sol no morro de onde tirei a paisagem é
vermelho e dourado.

(direita)
Seguindo a proposta inicial, vou procurar dar ênfase
também no registro escrito. Afinal de contas, é um
diário de viagem. A turma tem sido receptiva, e
espero levar daqui alguns bons contatos. O cansaço
de Goiânia ainda continua presente, e
vários pensamentos ainda rementem, com
freqüência, ao que deixei para trás.
O desejo de
desligamento ainda
se mostra forte.

O povo mineiro, tal qual
eu imaginava, tanto pela
fama quanto pelos conhecidos
daqui, é bem receptivo.
Ontem, bebi algumas
cervejas com os colegas
de quarto. Rimos bastante,
e todos se divertiram. Muitas
mulheres na rua, durante o passeio. Povo
bonito, e um clima muito mais ameno do que
eu esperava. Se continuar nesse ritmo, terei trazido
mais roupas de frio do que vou realmente usar.

Manhã de 23 - Brigada da PM



23 de Julho

Procuramos por uma vista panorâmica da cidade. Giovanna Martins, a professora, optou por subirmos um monte dentro dos limites de Diamantina. Passamos pela matriz, seguindo pela casa de Chica da Silva e subindo o morro que se encontra à sua direita. Na imagem, acabei retratando a igreja que ela (Chica) pediu para construir, exigindo que a torre ficasse nos fundos. Mulher esperta.

Anotações da Imagem
Manhã de 23, alto de um morro. Forço uma
perspectiva aérea, tentando mudar o ângulo
de observação.
Tentando aprender com os erros, e ficar mais
à vontade com a técnica. Até o fim do caderno,
devo estar melhor.

em Diamantina - Praça do Mercado




22 de Julho

Praça do Mercado, durante a tarde. Pela manhã, imagens de cadernos de viajantes do período absolutista europeu. Em seguida, instruções básicas sobre aquarela.

Alguns na turma já têm experiência com aquarela. Maior parte da turma formada por alunos de Belas Artes da UFMG. Depois explico a teoria do Chaves em Acapulco, mas ilustra bem a situação.

Almoço.

Agora, sim, Praça do Mercado. Nos sentamos numa sombra ao lado do Bar do Léo. Toda cidade que eu conheço tem pelo menos um boteco com esse nome. Deve ser sina. Se minha ou dos Léos, não sei dizer.

Anotação na imagem 1
Enquanto desenhamos, música
ruim vem do boteco ao lado.
Sol quente, sombra agradável. Fico
satisfeito com o resultado da
pintura, e ansioso pela próxima.



Anotação na imagem 2
Mercado de Diamantina
Problemas com as cores, eu acho.
Sentado sozinho, ao lado de dois senhores, que
comentam as desgraças familiares de um terceiro.
No mercado, tambores e ensaio de dança.

Estou apanhando da Pena.
Outro ritmo de escrita, bem diverso.





Na dúvida, pés descalços

20 de Julho
Dia amanhecendo quando levanto. Confiro as últimas coisas. Repasso o check-list. Táxi caro (30,00). Embarque e desembarque tranqüilos. Nunca tinha feito conexão entre os termos e embarcação, apesar da obviedade. Engraçado.

A nau me entrega em Confins. Moça bonita - e acompanhada - na entrega de bagagens e no ônibus. Ônibus caro (7,30), por sinal. Uma hora de viagem. Serras, floresta, zona industrial. Fábrica de cimento, ou algo do gênero. Pó cinzento cobrindo a paisagem. Fumaça carregada, pesada. Dividindo atenção, ao longo do trajeto, entre a janela e Kurzweil, com quem converso sobre evolução, tecnologia e a primazia do raciocínio lógico cartesiano. Calor e abertura de janela. Vento fresco na Pampulha.

Rodoviária. Feia e suja, como as rodoviárias costumam ser. Predadores observam presas. Guardo bagagem, saio com o essencial. Procuro informações de como achar Diana Gebrin, meu contato em BH. Foi indicada por Fabiana, moça séria. Anunciou-se que seria boa gente. Nas informações, descubro estar mais próximo do que imaginava. O ORÁCULO não foi lá muito confiável, no fim das contas. Roberto, mulato baixo, com biotipo de nordestino (sem preconceito, maior parte da minha família vem de lá), me conduz até o ponto. No caminho, fala umas três vezes que vive dessas informações. Chegando lá, me pede 5,00 (caro, de novo). Sou estudante, pago 2,00. Pego o 1505, em direção à Teia.

Entro, peço ao cobrador que me avise do ponto onde descer. Cara de malandro. Cabelos espetados, óculos escuros. Jaqueta de esporte, chiclete. Desconfiado, vou prestando atenção, confiando mais no que tenho do que na boa vontade dele. No meio do trajeto, vem a informação errada. Atento, corrijo. Mulher me apoia, pergunta onde vou. "Rua Rio Negro". "Vou pra lá também". Seguimos conversando. Me acompanha até a porta da Teia.

Lá, conheço Diana, duas moças na entrada (se possível, descubro nomes). Uma delas é muito bonita. Diana me apresenta o lugar. Outra moça bonita trabalhando. Chale laranja, de tear. Blusa escura, talvez roxa. Ilha de edição, dois monitores. Diana está ocupada, se desculpa. Me dá seu endereço, um mapa de BH, oferece a casa e explica onde estará no fim do dia.

De mapa na mão, sigo pro Mercado Central. Faço o possível para visitá-los, sempre.

Mercado Central. Cheiros, gente, barulho. Seleção musical nos fones divide minha atenção com o lugar. Dou algumas voltas, fico perdido. Gosto de me perder em lugares assim. Cheiros dividindo as atenções. Carne crua, incenso, flores. Cerveja, fritura. Em algum lugar, almoço temperado a alho. Depois de vagar um tempo, decido comer.

"Casa Cheia". Passei pela porta na entrada. Como tem fila e cheira bem, deve ser confiável. Cara de estabelecimento velho, também. Antes do almoço, uma cerveja, em homenagem a Chico. Tomo uma SerraMalte, meio escura, amarga. Bem gelada. Tomo também essas notas. Hoje, no cardápio, frango. Com quiabo e angú ou com ora-pro-nóbis. Não faço idéia do que seja a segunda opção. Na dúvida, tradição (ou pés descalços, como nos aconselha Frank Herbert).

Almoço.